Samba, capoeira e footvolley mudam o compasso de Londres
Carnaval permanente
Fundada em 1984 por um grupo de estudantes de artes, a London School of Samba foi a primeira bateria fora do Brasil e segue ensaiando todos os domingos em Waterloo. O bloco marcou presença em sete Jogos Olímpicos, em Glastonbury e no Notting Hill Carnival — onde atrai cerca de 100 mil visitantes só para ver suas alas coreografadas.
Capoeira nas praças
O Centro Cultural Senzala, ativo desde 2004, transformou a roda de capoeira em espetáculo itinerante: verão passado foram 37 apresentações em parques como Greenwich e Battersea. Além de aulas gratuitas para crianças, o grupo lançou uma websérie que explica a história de resistência dos quilombos a um público britânico que associa a arte apenas a acrobacias.
Footvolley no Tâmisa
A febre começou quando dois ex-atletas do Flamengo improvisaram uma quadra de areia na margem sul do rio. Hoje a London Footvolley League reúne 14 times mistos que treinam em Crystal Palace e participam de torneios de verão. Cafés do entorno adaptaram cardápios com açaí bowl e pão de queijo, provando que a cultura esportiva também empurra a economia local.
Impacto urbano
Um relatório da Greater London Authority sobre comunidades criativas aponta os coletivos brasileiros como vetores de coesão em bairros multiculturais. A presença de samba-reggae em carnavais de rua reduziu incidentes relatados de violência em 12 % porque, segundo a polícia, «a percussão convida a dançar, não a brigar».
Próximos passos
Para 2026 está previsto o primeiro festival «Afro-Carioca London», que deve trazer chefes de Salvador e rodas de samba de roda do Recôncavo para ocupar a Southbank Centre. A meta é consolidar Londres como segunda casa do ritmo brasileiro na Europa, disputando espaço com Lisboa e Barcelona.

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