40 mil brasileiros reavivam a cultura lusófona na Irlanda
Retrato demográfico
O censo irlandês de 2022 contabilizou 39 556 brasileiros espalhados por todas as províncias, mas concentrados em Dublin, Cork e Galway. Trata-se do maior contingente latino-americano no país e do terceiro maior falante de língua não-inglesa depois de poloneses e lituanos. A média etária é de 29 anos, refletindo a busca por estudo e requalificação profissional.

Festivais lusófonos
Desde 2012 a produtora Real Events organiza o Brazil Day Dublin — um carnaval fora de época no Phoenix Park que reúne até 10 mil pessoas. Em Cork, a Festa Junina reproduz quadrilhas, correio-elegante e distribuição de canjica; em Limerick, o Ginga Fest combina capoeira e forró às margens do rio Shannon. Os três eventos movimentam €2,7 milhões em alimentação e hotelaria a cada edição.

Manutenção da língua
Grupos como o «PortuGalego» oferecem aulas de português para filhos de casais mistos, evitando a perda do idioma na segunda geração. Já adultos irlandeses buscam fluência para trabalhar com call centers que atendem o mercado brasileiro; empresas como Apple, Meta e TikTok mantêm hubs bilíngues em Cork e Dublin justamente por confiarem nesse capital linguístico.

Economia criativa
Um estudo da Brazil-Ireland Chamber of Commerce identificou 1 326 negócios inscritos por brasileiros — de barbearias e food-trucks a micro-marcas de TI. Juntos, faturaram €103 milhões em 2024 e geraram 2 500 empregos. O governo irlandês criou linha de microcrédito de até €25 mil para imigrantes empreenderem; 62 % dos beneficiários no primeiro lote foram brasileiros.

Conexões futuras
Em 2025 a Embaixada do Brasil lançou o programa «Raízes+Tech», que patrocina hackathons sobre agricultura de precisão e transição energética. As finais acontecem durante o Web Summit em Lisboa, criando uma ponte triangular Brasil-Irlanda-Portugal para inovação em língua portuguesa.

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