Brasileiro é deportado no Canadá após denunciar condições abusivas em obra
Whistleblower em Winnipeg
Ighor Santos, de 27 anos, foi levado ao Canadá como trabalhador da construção civil em Winnipeg com a promessa de conseguir autorização legal para trabalhar. Ele relatou que vivia com a esperança de regularizar sua situação, mas acabou deportado em represália por denunciar condições precárias no canteiro de obras.
Relatos preocupantes
Santos descreveu jornadas diárias de 9 a 10 horas, com salários inicialmente prometeram CA$ 32 por hora — mas pagaram apenas CA$ 15, que subiram para CA$ 18 após a reclamação. Os trabalhadores recebiam em dinheiro ou transferência, de forma irregular, sem proteção de equipamentos e com descontos pelo material de segurança.
Resposta judicial
O empreiteiro principal, Gurwinder Singh Ahluwalia, de 43 anos, admitiu culpa por empregar estrangeiros sem autorização, evadindo-se de acusações maiores numa negociação judicial. Ele recebeu 20 meses de prisão domiciliar e multa de CA$ 50 000, como parte do acordo.
Advocacia pública
O promotor Matthew Sinclair destacou que muitos imigrantes não conhecem seus direitos no Canadá e permanecem vulneráveis a abusos, como salários atrasados, falta de EPI e represálias por denúncias. Santos lembrou que sua intenção era fazer o correto, mas foi punido por isso.
Implicações mais amplas
Este caso evidencia falhas na proteção a trabalhadores imigrantes sem documentação. Embora a legislação canadense permita denúncias de violações trabalhistas, denúncias ainda podem resultar em deportação, indicando a necessidade de barreiras mais eficazes entre agentes trabalhistas e de imigração.
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