Perfil da família

Um casal de brasileiros residentes no Reino Unido vive momentos de profunda angústia: o Ministério do Interior britânico (Home Office) determinou que seus dois filhos, Guilherme (11 anos) e Luca (8 anos), devem retornar ao Brasil desacompanhados. Ana Luiza Cabral Gouveia, enfermeira sênior do NHS, e seu ex-marido, Dr. Hugo Barbosa, professor universitário, têm ambos autorização legal para permanecer e atuar no Reino Unido. Os filhos, que chegaram ao país como dependentes no visto de Barbosa, perderam essa condição após o divórcio dos pais. Ana obteve em 2022 seu próprio visto de trabalho qualificado, enquanto Barbosa obteve residência indefinida em 2024

Decisão contestada e seus impactos

De acordo com as regras do Home Office, filhos menores só podem solicitar residência permanente se ambos os pais forem “settled” (tenham morada indefinida) ou se um tiver a custódia exclusiva — situação que não se aplica, já que ambos compartilham a guarda e mantêm boa relação. A recusa enviada à Guilherme adverte que permanecer no país “ilegalmente” pode acarretar detenção, processo judicial, impedimento para trabalhar ou alugar imóveis e até a perda da habilitação de conduzir . A carta argumenta que não existem “razões sérias ou convincentes” para conceder o status de residência, pois eles poderiam retornar ao Brasil e estudar em escolas de inglês, estimando que “a interrupção na vida familiar é proporcional ao objetivo legítimo de manter o controlo da imigração”

Repercussões emocionais

A família expressa indignação e desespero. Gouveia afirmou que se sente profundamente ferida: “Essa carta me faz sentir como se meus filhos fossem criminosos” theguardian.com . Barbosa ressaltou o impacto sobre a estabilidade emocional das crianças: “Eles não falam português fluentemente e já sofreram ansiedade por causa dessa incerteza” theguardian.com . Guilherme, que havia sido aceito em uma escola gramática, perderá essa oportunidade caso retorne ao Brasil, afirma o pai

Contexto do processo

O impasse teve início após o divórcio — ocorrido alguns anos após a chegada ao país. Embora continuem cooperando na criação conjunta dos filhos, a mudança no visto da mãe — de dependente para titular — rompeu a condição anterior. O pai, com residência indefinida, e a mãe, com visto de cinco anos que ainda não permite residência permanente, ficaram descompensados segundo as regras vigentes.

Reações das autoridades

Até o momento, o Home Office não se pronunciou oficialmente sobre o caso